terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mário Quintana

Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Fonte:QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM,1980.

sábado, 20 de setembro de 2008

Homenagem - espero que não seja considerado ofensa - a Lyotard

O Inumano*


Não penso no poema,
ele ocorre:
escorre do meu corpo
como suor e palavra.

É só algo em vez do nada,
algo abstrato,
sem extrato,
feito só de palavra.

E mesmo se ninguém gostar,
basta olhar
que ele será.

Será sublime
por tudo que faltou falar.

(autor heterônimo: Crisântemo)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

nada poética
poesia estou
palavra sou
sou tudo
e sou nada
só palavra

E antes de meu poema ruir, passo a palavra para Alice Ruiz (dãr!). Segue uma parceria de Alice Ruiz no disco "Paradeiro" de Arnaldo Antunes.

Se tudo pode acontecer

Letra e Música: Arnaldo Antunes, Paulo Tatit, João Bandeira e Alice Ruiz

se tudo pode acontecer
se pode acontecer qualquer coisa
um deserto florescer
uma nuvem cheia não chover

pode alguém aparecer
e acontecer de ser você
um cometa vir ao chão
um relâmpago na escuridão

e a gente caminhando de mão dada
de qualquer maneira
eu quero que esse momento dure a vida inteira
e além da vida ainda de manhã no outro dia
se for eu e você
se assim acontecer

se tudo pode acontecer…


Deixa eu explicar melhor, tenho outro blog - era para ser esse - que se chama nenhumapoesya.blogspot.com. Quando criei o "nenhumapoesia", o computador travou e recriei o outro achando que este já existia. No fim, descobri que eu o criara quando o computador travou.
Resumindo, estou com dois blogs parecidos e não sei se vou arranjar coisa pra pôr nos dois. Pensei em repetir tudo, mas parece falta de criatividade, né. Então não vou repetir vou publicar aqui coisas diferentes. Decidido!

Osteoporose Verborrágica

Difere
Diferente
Diferentemente

Difteria?

Seria
uma nova coisa
um novo corpo
de texto
poroso

nem prosa
nem poesia

brincadeira verbolenta
verborrágica
hemorragia de palavras
cansadas
corcundas
tímidas

osteoporose verborrágica
desgasta a palavra-chave
a palavra-mágica
que já não cabe
na poesia
nem
em
mim

(autor heterônimo: Crisântemo)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Poesia

Por enquanto este blog está inativo porque estou usando um outro, que criei por engano. Meu Pai do Céu, será que eu própria não sou um engano!!?